Um homem que cultiva seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra exista música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que em um café do Sur jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGfyEi2JX5fFtXKBNzOyB6LM07HoPbwUzgL4ug9pUHl6XQKOvLipZ316nBBJzj3m2pq1Gw_w7OSNvdm_1MPfsWdM4uZ8t_IOb2hMieYM6AiiNDoEH5Krg_LyBKtAQDO0aUARS_WieChmk/s200/jardineiro.jpg)
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de
certo canto.
O que afaga um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra exista Stevenson.
O que prefere que os outros estejam certos.
Essas pessoas, que se desconhecem, estão salvando o mundo.
Poesia Borges, Companhia das Letras, 2009, p. 346
Nenhum comentário:
Postar um comentário