LXVIII

Te penso.
E já não és o pensado.
És tu e mais alguém
No informe, nos guardados
Alguém
E tu mesmo sem nome, imaginado.
Te penso
Como quem quer pintar o pensamento
Colorir os muros do passado
De umas ramas finas, mergulhadas
Num luxo de tinturas.
Te penso novo e vasto.
E velho
Igual à fome que tenho das funduras.
In: Cantares, Ed. Globo: São Paulo, 2004, p. 105
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