quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Maria José de Queiroz

O MATADOR
Um império se funda
com as mãos e a coragem.
A vida se defende
com o punho e a garra.
No território estreito
o outro é inimigo:
o Matador ataca.
O instinto homicida
instaurou no caos
sua ordem trágica:
Jahan Ara Rafi
ingressamos na história. 


MATA E COME
Este, o dialeto a traduzir:
a arma e a presa,
o alento em pausa,
a ansiedade da espera.

Tenso o arco,
o joelho em guarda:
o caçador e o alvo.
O primeiro homem, e o último,
diante da caça.
Une-os,
irremediavelmente,
a voragem da morte.

In: Resgate do Real: Amor e Morte, Belo Horizonte: Coimbra Ed. Ltda: , 1978, pp. 42-43

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