Atrás de fontes, água corrente,
água de nuvem,
caminhei.
Na hora mais nítida
pelas searas levei
olhos de espera
cestos vazios.
Já anoitece.
Volto chorando.
Nos ombros, o manto que se rasgou.
Nas mãos, o que pude salvar:
- a Carta do meu País,
a flor da magnólia,
estes versos de Amor.
Mendigo ainda.
Não mais o poço que foi encontrado
e dá mais sede.
Não mais o pão que os Anjos trazem,
cozido em cinzas,
para a viagem.
Além de mim,
além do hoje,
caminharei,
até a Fonte prometida
à estrangeira,
na pausa de Sicar.
Até o vale sem crepúsculo,
onde o trigo amadurece
ao esplendor da Sua Face.
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