Eu sou o herege de todas as igrejas
Amo mais a ti do que a tudo que há para viver e morrer
Carrego para ti o perfume dos lugares santos e a canção do fórum
Veja os meus joelhos feridos de tanto rezar a você
Meus olhos morrem por tudo o que não é a tua flama
Eu sou surdo a toda queixa que não vem de tua boca
Eu nada sei de milhões de mortes quando é você quem chora
É a teus pés que me doem todas as pedras no meio do caminho
A teus braços rasgados por cercas de espinhos
Todos os fardos trazidos martirizam teus ombros
Toda a tristeza do mundo está em apenas uma de tuas lágrimas
Eu jamais sofri antes de você
Sofrimento é o que ela sofreu
A besta clamando uma ferida
Como você pode comparar com o mau animal
Esta janela em mil pedaços em que acontece a crucificação dos dias
Você me ensinou o alfabeto da dor
Eu sei agora ler os soluços Eles são todos feitos de teu nome
De teu nome teu nome partido teu nome de rosa desfolhada
Teu nome o jardim de toda Paixão
Teu nome que eu irei ao fogo do inferno para escrever na face do mundo
Como essas misteriosas epístolas para a escritura do Cristo
Teu nome o grito de minha carne e a dilaceração de minha alma
Teu nome pelo qual eu queimaria todos os livros
Teu nome toda ciência após o deserto humano
Teu nome que é para mim a história dos séculos
O cântico dos cânticos
O copo de água na cadeia de condenados
E todas as palavras não são mais que um muro de cacos de vidro à entrada de uma cidade maldita
Quando teu nome canta aos meus lábios partidos
Teu nome e que cortem a minha língua
Teu nome
Toda música no minuto da morte
Tradução: Claudio Daniel
(In Elsa, de 1958)
Je suis l’hérésiarque de toutes les églises
Je te préfère à tout ce qui vaut de vivre et de mourir
Je te porte l’encens des lieux saints et la chanson du forum
Vois mes genoux en sang de prier devant toi
Mes yeux crevés pour tout ce qui n’est pas ta flamme
Je suis sourd à toute plainte qui n’est pas de ta bouche
Je ne comprends des millions de morts que lorsque c’est toi qui gémis
C’est à tes pieds que j’ai mal de tous les cailloux des chemins
A tes bras déchirés par toutes les haies de ronces
Tous les fardeaux portés martyrisent tes épaules
Tout le malheur du monde est dans une seule de tes larmes
Je n’avais jamais souffert avant toi
Souffert est-ce qu’elle a souffert
La bête clamant une plaie
Comment pouvez-vous comparer au mal animal
Ce vitrail en mille morceaux où s’opère une mise en croix du jour
Tu m’as enseigné l’alphabet de douleur
Je sais lire maintenant les sanglots Ils sont tous faits de ton nom
De ton nom seul ton nom brisé ton nom de rose effeuillée
Ton nom le jardin de toute Passion
Ton nom que j’irais dans le feu de l’enfer écrire à la face du monde
Comme ces lettres mystérieuses à l’écriteau du Christ
Ton nom le cri de ma chair et la déchirure de mon âme
Ton nom pour qui je brûlerais tous les livres
Ton nom toute science au bout du désert humain
Ton nom qui est pour moi l’histoire des siècles
Le cantique des cantiques
Le verre d’eau dans la chaîne des forçats
Et tous les vocables ne sont qu’un champ de culs-de- bouteille à la porte d’unecité audite
Quand ton nom chante à mes lèvres gercées
Ton nom seul et qu’on me coupe la langue
Ton nom
Toute musique à la minute de mourir
SOBRE LOUIS ARAGON
segunda-feira, 14 de julho de 2014
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