O NÃO SILÊNCIO DO AMOR
O amor é uma criança que beija o colo luminoso das lavadeiras
que alvejam suas tristezas submergidas no rio até a cintura.
Sou riacho a desaguar no oceano.
A vida é um varal
onde o amor e eu penduramos nossas lembranças e nossas roupas
comuns.
Flameja em mim o ardor pelo vento a balançar o lençol
que assiste todas as noites o meu jeito de amar.
Amo as lavadeiras, suas cantigas
e as crianças que sopram bolas de sabão leves e lustrosas.
Por estarem limpas as minhas roupas,
estandartes das procissões do desejo,
amo os antúrios que Conceições enfeitam.
A tudo amo, até pedras que caladas edificam as vozes das moradias.
Uma casa habitada fala.
AS MÃOS SUAVES DO AMOR ME DESNUDAM
Nos canteiros do meu corpo,
vem o amor colher as flores.
Jardineiro que me toca
como a brisa a lamber com sofreguidão as hastes virgens das orquídeas.
O amor é o alimento que nutri existências.
É nele que eu existo,
deleito-me
e descanso qual artesão no fim do dia,
qual caminheiro no fim do caminho
qual criança que dorme e sonha com chegares de andorinhas.
As mãos suaves do amor me desnudam.
(Rodrigo Bro é mineiro de Belo Horizonte, tem 34 anos, e mantém um blog no portal "Recanto das Letras", onde publica seus textos. Esse dois poemas foram cedidos para publicação pelo autor).
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
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