CONSTELAÇÃO
Olhava da vidraça
derramar-se a Via Láctea
sobre a massa das árvores.
Por causa do vidro, da transparência do ar,
ou porque me nasciam lágrimas,
tinha a impressão de que algumas estrelas
mergulhavam no rio,
outras paravam nos ramos.
Passageiros dormiam,
eu clamava por Deus
como o cachorro que sem ameaça aparente
latia desesperado na noite maravilhosa:
Ó Cordeiro de Deus, Ó cruzeiro do Sul,
Ó Cordeiro, Ó Cruzeiro!
Como o cão minha língua ladrava
à aterradora beleza.
[A duração dos dias, p. 87]
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Fernando Paixão
Os berros das ovelhas de tão articulados quebram os motivos. Um lençol de silêncio cobre a tudo e todos. Passam os homens velho...
-
ÂNGELA.- Continuei a andar pela cidade à toa. Na praça quem dá milho aos pombos são as prostitutas e os vagabundos — filhos de Deus mais do ...
-
PÃO-PAZ O Pão chega pela manhã em nossa casa. Traz um resto de madrugada. Cheiro de forno aquecido, de levedo e de lenha queimada. Traz as...
-
ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ. DE ARIANA PARA DIONÍSIO. I É bom que seja assim, Dionísio , que não venhas. Voz e vento ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário