Os anjos que conheço são de erva e de silêncio Os anjos que conheço são de erva e de silêncio nalgum jardim de tarde. Mas quais os mais ardentes? Feitos de mar e sol, elevam-se nas ondas, entre as mulheres de coxas tão fortes como touros O meu luto é de mesas e de bandeiras sem paz É estar sem corpo à espera, inconsolada boca, o fogo ateia o peito, a cabeça perde a fronte, o vazio rodopia, é o celeste inferno. Desço ainda um degrau com o anjo infernal, um turbilhão de ervas, um redemoinho de sangue Quem me vale agora se perdi o meu cavalo? [In Ciclo do Cavalo, Antologia Poética, Selecção de Ana Paula Coutinho Mendes, 1975] |
quarta-feira, 30 de maio de 2012
António Ramos Rosa
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