a alma em pedra,
a vida em muros,
exilados em nós mesmos
do asco de sentimentos
oxidados na garganta
como vômitos de noite
a engulhar as manhãs.
Tempo de peste, o resguardo
mais doente que a doença,
essa solidão lastrante
qual lacraia muItiandante
sobre seu próprio veneno.
Deus do céu, por que o homem
se esconde assim de si mesmo
se a alma é flor desdobrável
que só a ferros se fecha
e a vida um relógio de sol
morto se a sombra o assenhora?
In: Líquido e Certo, Vigília: Belo Horizonte, 1983, p. 35
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