sábado, 30 de junho de 2012
Alfredo Veiravé
OS SÍMBOLOS
Existe um jardim da memória: olhai suas plantas
molhadas na chuva incessante, aproximai o rosto agora
a uma folha áspera e úmida e do chão
contemplai como se levantam de suas raízes
os monumentos que a vegetação cobre
com esquecimento.
Entretanto, existe outro jardim
mais próximo, ao nosso lado: impenetrável em seus ossos
e órgãos secretos, ali a vida parece ver suas
[relações
apesar de nutrir-se sozinho, anda e usufrui em momentos
[separados.
(Só o enfermo vê seu corpo na transparência
[necessária,
só na febre o enfermo adivinha o rosto dessa
[esfinge
que se desmorona.)
O certo é que, ali, a destruição se cumpre.
In Poesia Argentina, São Paulo: Iluminuras, 1990, p. 143, trad. Bella Jozef
Nasceu em Gualeguay, Entre Ríos, Argentina, em 1928 e morreu em Resistencia, Chaco, no dia
22 de novembro de 1991. Um dos maiores poetas argentinos.
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