O retrato na parede
ri de mim, emoldurado.
Sou tão velho no retrato;
que nem pareço comigo.
Até lembra um tio antigo
que devo ter tido um dia,
ridículo como um retrato
de parente na parede.
Terei tido aquele riso,
assim parado, idiota?
Aquele ar, demente,
de quem pensa, deslumbrado,
que está sendo inteligente?
Serei eu nesse retrato, transpirante de burrice
e com o ar contagioso
de leviana estultice?
Daniel Lima, Poemas, Recife: Cepe, 2011, p. 231
quinta-feira, 7 de junho de 2012
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