quarta-feira, 6 de junho de 2012

Antônio Cícero


HUIS CLOS

Da vida não se sai pela porta:
só pela janela. Não se sai
bem da vida como não se sai
bem de paixões jogatinas drogas.
E é porque sabemos disso e não
por temer viver depois da morte
em plagas de Dante Goya ou Bosh
(essas, doce príncipe, cá estão)
que tão raramente nos matamos
a tempo: por não considerarmos
as saídas disponíveis dignas
de nós, que em meio a fezes e urina,
sangue e dor nascemos para lendas,
mares, amores, mortes serenas.

Copiado de http://umpoucodepoesia-msframos.blogspot.com.br

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