Morrer é impossível: bebemos
a cicuta, lentamente, como se fora vinho
e não morremos. Olho a pistola;
a coronha é que nem a noite.
Brinco com o gatilho e nada acontece.
Sozinho, sem ninguém, eu me odeio.
Sou um tirano a mais. Ninguém conspira
às minhas costas. Renego minhas mulheres.
Sonho incendiar as casas desta cidade.
Abdico de meu nome e de minha história.
Morrer é impossível. Nada acontece.
Ninguém morre. Ninguém morre.
A morte nos escreve
os dias e as noites, pouco a pouco.
Tradução livre do original espanhol: Antonio Damásio Rego Filho e Alejandro Carvajal
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