CERIMÔNIA
Agora saberás o vigor ignorado do tempo.
De uma vez serás efêmera e eterna
como o animal que anda sobre a campina.
Tua boca de amar,
mas amar com demorados intervalos ausentes,
se abrirá sem música, murcha e seca, pedindo água.
Então eu virei de outros mundos
em minha jornada violenta para te aliviar
e suportar o deserto contigo.
Virei de uma andança antiga te pertencer
e debaixo de um ramo de avenças
pentear teu cabelo com as unhas.
Serás a mulher dentro do meu abraço,
e, para quem eu terei vindo, serás mãe.
... A audácia fatigada do tempo
posta em ti, porque é agora.
Como o animal que caminha francamente
e amoroso sobre a grama, serás mãe.
Da obra Duas Chagas, São Paulo: Iluminuras, 2001, p. 19
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terça-feira, 25 de setembro de 2012
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