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distribuído, possuído, ocupado.
Nada está mais livre para ninguém.
E ninguém é mais livre para nada. Nem
maio sobra; nem julho; nem setembro.
Por onde anda a primavera que, aliás,
nunca vi passando por aqui? O luar
está em perigo e os namorados nem se advertem
disto, porque talvez nem saibam
mais amar. Pois não sobra amor nenhum também.
E se alguma coisa sobrar, que é que
iremos fazer com ela? Num mundo assim
sem tempo e sem lugar para nada, que iremos
fazer com o que sobrar das nossas lembranças?
Daniel Lima, Poemas, Recife: Cepe, 2011, p. 239
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