Estou nas trevas, como cego.
Meu olhar não encontra teu caminho.
O frenesi enlouquecido dos dias
é uma cortina que te esconde de mim.
Eu a observo: subirá
essa cortina que esconde minha existência,
o peso de minha vida e seu sentido.
E que é na verdade minha morte.
A Lou Andreas-Salomé
29 de dezembro de 1898
Apaga-me os olhos: e ainda posso ver-te,
tranca-me os ouvidos: e ainda posso ouvir-te,
e sem pés posso ainda ir para ti,
e sem boca posso ainda invocar-te.
Quebra-me os braços, e posso apertar-te
com o coração como com a mão,
tapa-me o coração, e o cérebro baterá
e se me deitares fogo ao cérebro
hei-de continuar a trazer-te no sangue".
(Tradução do germanista português, Paulo Quintela)
A Lou Andreas-Salome
Volga
Por longe que estejas: posso ainda te ver,
Por longe que estejas: tu permanecerás
Qual presença que não pode empalidecer,
Qual paisagem, a mim sempre contornarás.
Se tuas margens eu jamais tivesse tocado,
Mesmo assim saberia tua imensidão:
Ondas de meus sonhos me teriam levado
À beira de tua infindável solidão.
[Fonte: manuthinkerfree.blogspot.com.br/2010/11/poemas-de-rilke.html]
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