II
As patas ardendo no sal do estrangeiro,
Bem-vindo seja o caçador que me tem.
Veias abertas, suplico, costas marcadas,
Que venha a cruz alta, flagelo do céu.
E venham amarras, estacas e brasas,
Este membro adaga, três vezes meu.
Ao som do alaúde, desce o fio d’água,
Esganiço e calo, me regozijo de medo.
Eu, placidez de cabra, perdão de joelhos.
Dentre os animais, um sim que pranteia.
Eu, estado de graça, salvar e adoecer.
Mais, peço mais, flor no baixo-ventre,
Auréola de fogo em minha cernelha.
Toda vela, todo véu, breu me possui
Enquanto, luz, possuo o reverendo.
Sagrada, profana: hóstia que me contém.
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