segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Emílio Moura

QUEM SOU EU?
ESTOU diante de ti.
Imóvel.
Absolutamente imóvel.
Nu e
silencioso.
Por que não te prevaleces deste instante
e não me revelas quem sou?

Fonte: POESIA 1932-1948, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1953, p. 202

POEMA
Renasces em ti mesma e por ti mesma.
Movimentas o sonho, a poesia e as aventuras imprevisíveis.
O imponderável é a tua matéria.

A poesia só me visita para que te realizes
para que eu te sinta e te compreenda. 

Que caminhos te prendem,
que ignotas rotas te iluminam ?

Uma rosa se forma entre o teu sorriso e a aurora.

De repente,
tudo se torna tão irreal
que te sinto visível.

Ibidem, pp. 212-213

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