sexta-feira, 1 de março de 2013

Cristina Campo

Que longa aprendizagem 
para desnudar até ao fulcro, 
véu após véu, 
uma pele a seguir à outra, 
uma relação. 
Como se acredita 
por tanto tempo no tato,
na discrição, na reserva,
véus delicados —
e é justo que assim seja,
enquanto não forem percebidos
exatamente como véus:
suaves insídias,
perigos impalpáveis
para a pupila límpida do amor.

[CRISTINA CAMPO, em "Os imperdoáveis".]


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