Que longa aprendizagem
para desnudar até ao fulcro,
véu após véu,
uma pele a seguir à outra,
uma relação.
Como se acredita
por tanto tempo no tato,
na discrição, na reserva,
véus delicados —
e é justo que assim seja,
enquanto não forem percebidos
exatamente como véus:
suaves insídias,
perigos impalpáveis
para a pupila límpida do amor.
[CRISTINA CAMPO, em "Os imperdoáveis".]
sexta-feira, 1 de março de 2013
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