Toda vez que minha poesia
não arrebanha um prêmio
num concurso literário
tenho a confirmação de continuar
no caminho certo
Minha poesia é elaborada justamente
para não ganhar concursos
Feita de encomenda para ser o dissídio
do sentimentalismo humano
Ela é a palavra pelo avesso
A carta na manga do jogador de pôquer
E ela, não busca senão, ela mesma
É ela jogando paciência na beira do mar
Enquanto o furacão, aproxima-se, mais e mais
Até atingir o jogador e arremessá-lo às rochas
Deixando as cartas na areia da praia, impecavelmente imóveis.
In Entorpecentes
Cláudio Portella é escritor, poeta, crítico literário e jornalista cultural.
Colabora nos mais importantes jornais, revistas e sites do Brasil e do
exterior. Autor dos livros Bingo! (2003), Melhores Poemas Patativa do
Assaré (2006 / 1º reimpressão 2011), Crack (2009), fodaleza.com (2009), As Vísceras (2010), Cego
Aderaldo (2010) e o livro dos epigramas & outros poemas (2011). (Fonte: Revista Biografia)
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