CANÇONETA LEVETA
Não procures tecer de crivos
metafísicos nosso amor.
Ele é lúdico. E não carece
de teu floreio sem calor.
E nem sugere, mais vossa dama,
alexandrinos como desculpa:
só teu perfil, incisivo e breve,
já destruíra a se alguma, culpa.
Eu não espero nem desespero.
Para te amar, fiarei um
escrínio
de mais amar, que me dissolvesse
pelas agruras do teu fascínio.
Tênue é a vida, rude o juízo
que determina minha passagem —
enternecer-me com teus indícios
enquanto habitas outra paisagem.
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