Eu que não sei pintar um quadro
Prefiro - tão somente -
Captar o brilho do impossível
E me quedar - contente -
A imaginar que mão tão
rara
E excelsa - evocaria
Uma Aflição tão agradável -
Suntuosa - Agonia -
Não sei falar como uma Flauta -
Queria então somente
Alçar-me fora nas Alturas
E aí - suavemente -
Atravessando Etéreas Vilas
Balão
em festa iria
E num só Fio a sustentar-me
A Nave ancoraria -
Como também não sou Poeta -
Melhor será somente
À Aptidão
render o Ouvido -
Frágil - dada - carente -
Que tão sublime privilégio
Nem há
quem me daria
De desatar com minha Arte
Clarões de Melodia!
In A branca voz da solidão, tradução de José Lira, São Paulo: Iluminuras, 2011, p. 219.
Élisabeth Vigée-Lebrun |
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