segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Attila József

3.
te amo como a mãe ama em silêncio seu menino, 
como as cavernas suas profundezas,
como os cômodos à luz, 
como o  espírito à chama e o corpo ama o repouso. 

Guardo teus sorrisos, tuas idas e vindas, tuas palavras
como a terra guarda os objetos que caem em seu seio.
Em meus instintos gravei
como  ácidos no metal,
tua doce imagem:
lá teu ser  preenche a tudo que é essencial.

Os instantes passam ruidosamente,
mas tu ficas, silenciosa,  em meus ouvidos.
As estrelas se acendem e se apagam, 
mas tu permaneces  em meus olhos.
Como o silêncio em uma gruta
teu gosto flutua cálido em minha boca,
erguem um vaso de água tuas mãos,
e nelas tua fina rede de veias,
recompõem a aurora por momentos. 

Ode - (fragmento)

Sobre o autor

Kazimir Malevich


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