pela sede e pela sepultura. Eu queria
expelir um som de alegria;
mas soo a matéria desolada.
Justifico-me na dor. Não há nada;
não encontro nos meus ossos a cobardia.
Em meu canto inverte-se a agonia;
é um caso de luz incorporada.
Proponho a minha cabeça para se houver
necessidade de suportar um raio.
Não falo apenas por mim. Digo, juro
que a beleza é necessária. Morra
o que deve morrer; o que calo.
Não toques, Deus, meu coração impuro.
In Oração Fria, Antologia. Sel., trad., introd. e posf. de João Moita, Lisboa, Assírio & Alvim, 2013, p. 39
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Sir Edward Burne-Jones |
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