Coimbra, 6 de Julho de 1963.
Poesia
Não te quero trair
Com palavras cansadas.
Abstracta presença
No seio da concreta natureza,
Voz de pureza
No silêncio imundo,
Luz que nas madrugadas
Anuncias mais luz,
Rigor da imprecisão,
Nenhum verso traduz
Sequer
A doce melodia do teu nome.
Por isso, quando todos os sentidos
Te desejam visível,
figurada,
Rasgo dentro de mim o véu
De não sei que lonjura,
E fico a namorar a curvatura
Da linha desenhada
Pelo gume do
céu
A cortar a planura
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