sábado, 28 de dezembro de 2013

Emily Dickinson

Eu passei fome todos esses Anos - 
E enfim cheguei à Mesa
Para almoçar - e eu tremendo - o Vinho
Exótico toquei -

Era isso que eu vira à Mesa quando
Espiava às Janelas
A Riqueza que à míngua eu não ousava
Almejá-la sequer

Um Pão inteiro era tão diferente
Das Migalhas que tive
E que ao Ar Livre os Pássaros vieram
Comigo repartir -

Doía-me a Fartura - era algo novo -
Senti-me mal -  e estranha -
Qual Frutinha da Serra que na Rua
Fosse largada ao chão -

E eu já nem tinha fome - e me dei conta
Que a Fome era só algo
Que se tem do outro lado das Janelas -
E acaba-se ao entrar

[In A branca voz da solidão, tradução de José Lira, São Paulo: Iluminuras, 2011, p. 299].


Nesis Elisheva





Fernando Paixão

  Os berros das ovelhas  de tão articulados quebram os motivos.   Um lençol de silêncio  cobre a tudo  e todos. Passam os homens velho...