O velho pai tremendo abalava o universo,
Ísis, a mãe, então se ergueu sobre o seu leito,
Fez um gesto de ódio ao esposo contrafeito,
E ao verde olhar surgiu o antigo ardor imerso.
Disse ela: "Ei-lo que dorme, esse velho perverso,
Toda geada do mundo em sua boca achou preito.
Vigiai o seu pé, arriai o olho imperfeito,
Esse é o deus dos vulcões e o rei do inverno adverso!"
"A águia agora passou: Napoleão me impele;
Por ele, eu me vesti com as roupas de Cibele,
É Hermes meu esposo e meu irmão Osíris..."
A deusa já fugira em sua concha dourada;
O mar nos reenviava a sua forma adorada,
E brilhavam os céus por sob o manto de íris!
[In Alexei Bueno, Cinco Séculos de Poesia, Rio de Janeiro, Ed. Record Ltda., 2012, p. 103]
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