Senhor, deixai-me sofrer mais
e então morrer
Deixai-me cruzar o silêncio
sem deixar nada para trás sequer o medo
Fazei com que o mundo continue
deixai que o oceano beije a areia como antes
Deixai que a grama siga verde
para que os sapos ali possam se esconder
para que alguém ali possa enterrar sua face
e expurgar todo o seu amor
Fazei com que o dia se erga luminoso
como se já não houvesse mais dor
E deixai que meu poema seja transparente feito uma vidraça
em que uma abelha grande bate sua cabeça
Tradução: Pedro Gonzaga
Anna Kamieńska ( Krasnystaw , 12 de abril 1920 - Varsóvia , 10 de maio de 1986) foi uma poeta polonesa, escritora, tradutora e crítica literária, que escreveu muitos livros para crianças e adolescentes.
Marek Langowski |
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