quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Paulo José Miranda

POEMA PARA ANTÓNIO CABRITA 
E SUA FILHA MAIS NOVA
Não é que se não saiba nada
Sabe-se tudo o que se inventa
E até um pouco mais do que se imagina
Uma só teoria levanta milhares de quilos do chão
Faz crescer o feijão muito mais rápido que a chuva
E apazigua momentaneamente o nosso medo de andar na vida
Sustenta assim as nossas horas dia a dia
Porque um milheiral é um país para as bocas
Um verso uma linha ao contrário
Que não fecha só abre feridas não cerze nada
Um pincel rasga o mundo no meio de um muro
Uma só equação canta por um infinito de números
E o assobio que se dá a uma rapariga ilumina a noite dela
Sim não é que se não saiba nada
Mas pudéssemos nós ver a verdade
Entrelaçar as linhas e curvas do universo e de uma vida humana
Do mesmo modo que fazemos com o cadarço dos sapatos

© Paulo José Miranda - Todos os direitos reservados
Publicado originalmente no Facebook.

By Renee Kahn




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