Como é raso o entendimento da vida:
planícies com disciplinados desníveis
em organizados degraus
(poucos, aliás);
um ou outro pequeno grupo
à espera de milagres;
céu de cenário indicando bem-estar
— e (todavia)
eu,
no meu instrumento de tortura
que me penetra de alto a baixo,
cetro soberano
a suspender a outra versão de mim
(cabelos que destampam o rosto fácil)
e a grande mão que estendo
(de benevolência)
para as esperanças frugais.
Pareço por acaso
comodamente instalada na minha
temperança?
[In Alumbramentos, São Paulo, Iluminuras, 2011, p. 74].
SALVADOR DALI |
Nenhum comentário:
Postar um comentário