LÁGRIMAS,
INÚTEIS LÁGRIMAS
Lágrimas, inúteis lágrimas,
Não sei o que significam,
Lágrimas vindas do fundo
De alguma aflição sublime
Emergem no coração,
De alguma aflição sublime
Emergem no coração,
E chegam até os olhos,
Vendo os alegres campos outonais
E pensando nos dias que não mais existem.
E pensando nos dias que não mais existem.
Novas qual primeiro raio
Cintilando numa vela,
Cintilando numa vela,
Que traz aqui para cima
Os amigos do submundo,
Os amigos do submundo,
Tristes como as derradeiras
Que fazem corar alguém
Que fazem corar alguém
Que afunda com tudo o que amamos sob a borda;
Tão tristes novos dias que não mais existem.
Tão tristes novos dias que não mais existem.
Tristes e estranhas como em
Sombria alba de verão
Primeiro pio de aves semilúcidas
Para ouvidos moribundos,
Sombria alba de verão
Primeiro pio de aves semilúcidas
Para ouvidos moribundos,
Quando pra olhos decadentes
Lentamente a janela desenvolve
Um quadrado de luz tênue;
Lentamente a janela desenvolve
Um quadrado de luz tênue;
Tristes, estranhos dias que não mais existem.
Diletas tal qual os beijos
Na memória após a morte,
Na memória após a morte,
E suaves como aqueles
Que em afeto sem fé fingem
Nos lábios que são para outros;
Que em afeto sem fé fingem
Nos lábios que são para outros;
Profundas como é o amor,
Como é o primeiro amor,
E insano com toda a pena;
O Morte em Vida, os dias que não mais existem!
[In Grandes Poetas da Língua Inglesa do século XIX, Organização e tradução de José Lino Grünewald, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1988, p. 91].
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