Devia ter dito te amo.
Mas estava o outono fazendo sinais,
cravando suas portas em minha alma.
Amada, tu, recebe-o.
Vai buscá-lo, transporta a tua doçura
por sua doçura-mãe.
Vai buscá-lo, vai, outono duro,
outono suave em quem reclino meu ar.
Vai buscá-lo, amada.
Não sou eu quem te ama este minuto.
É ele em mim, seu invento.
Um lento assassinato de ternura.
[In Amor que serena, termina? Trad. Eric Nepomuceno, Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 87]
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