Ó Gala, nos teus olhos considero
os astros que se apagam, junto ao mar,
levados pelo vento, áspero e fero,
no dorso amanhecente do jaguar.
Imersa no segredo, enquanto espero,
nas pedras de um mosaico circular,
descansa teu semblante tão severo
e sonha com a glória de além-mar.
As Cidades, distantes e perdidas,
renascem no mistério que consome
as cidades submersas, esquecidas.
Ó Gala, não desistas de teu nome,
que o Cristo Pantocrator das ermidas
se abisma no infinito dessa fome.
[In Poemas Reunidos, São Paulo, Record, 2000, p. 55]
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