terça-feira, 30 de setembro de 2014

Paul Auster

LUZES DO NORTE
São essas as palavras
que não sobrevivem ao mundo. E dizê-las
é sumir

no mundo. Inabordável
luz
que pulsa sobre a terra, ateando
o breve milagre

do olho aberto —

e o dia que se há de abrir
como um fogo de folhas
no primeiro vento gélido
de outubro

consumindo o mundo

na fala clara
do desejo.


[Fonte: Todos os poemas, Tradução e prefácio de Caetano W. Galindo, São Paulo, Companhia das Letras, 2004, p. 147].


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