UMA VOZ
Não era uma queixa
muito menos a voz do caracol
numa praia deserta.
Nem a passagem da besta
por um penhasco escuro.
Era o presságio que florescia
os ecos e explosão azul
de uma brincadeira de criança.
Era uma voz sem fundo
aérea como o canto.
Se eu voltasse a escutá-la
compreenderia melhor o viés
de uma voz flagrada
na noite.
UM DIA SEM NOME
Em que momento, amor,
Escureceu tua rua
E sua casa foi o claro
Da sombra?
Uma onda de pó
Choroso e amargo
Criou-se no momento.
Desde então o tempo
Novelo silencioso
Deixa correr seus fios
Para a dura tela
Que defende minhas luas
Secretas.
Os dias transcendem lentos
Onde só chega
O tremor da luz
No vácuo.
sábado, 18 de outubro de 2014
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