PELA ALAMEDA de silvas vai o amador
Das vastas alegorias
O pastor enlevado a flauta e as ovelhas.
Vai o barco pela barra e nele o marinheiro.
Teu mar é um palimpsesto
E as tuas ilhas gregas.
Tudo está cheio de deuses aqui no meu caminho.
O burro e a carroça, a bicicleta e o carro
São transportes directos para um Olimpo
Rural, oposto do marinho.
A boca seca, a força braçal dos jornaleiros,
O cuspo, o som das cavas, a entrada do ferro
Das enxadas nas resistentes leivas do Outono
Cenas vivas da terra aberta aos olhos infantis
Que vão saber amar para sempre esses dias inteiros.
Tudo o que a vista toca, a língua cheira,
O ouvido sente, a pele escuta, o nariz fita
Na gramática do corpo na tabuada da alma
As minhas linhas-férreas correm
No leito dos teus rios.
Éramos duas crianças a caminho
Da escrita.
(em Sol a Sol)
SOBRE ARMANDO SILVA CARVALHO
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