TRÊS HISTORIETAS DO VENTO
I
O vento vinha vermelho
pelo desfiladeiro encendido
e ficou verde, verde
pelo rio.
Logo ficará violeta,
amarelo e...
Será sobre as semeadas
um arco-íris estendido.
II
Vento estancado.
Em cima o sol.
Abaixo
as algas trêmulas
dos álamos.
E meu coração
tremendo.
Vento estancado
às cinco da tarde.
Sem pássaros.
III
A brisa
é ondulada
como os cabelos
de algumas raparigas.
Como os marzinhos
de alguns velhos mapas.
A brisa
brota como a água
e se derrama
- como um bálsamo branco -
pelas canhadas,
e desmaia
ao chocar-se com o duro
da montanha
1927
[In Poemas Esparsos, In Obra Poética Completa, Tradução Willian Angel de Mello, São Paulo, Martins Fontes, 1996, pp. 627-629].
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Rosa Alice Branco
A Árvore da Sombra A árvore da sombra tem as folhas nuas como a própria árvore ao meio-dia quando se finca à terra e espera co...
-
ÂNGELA.- Continuei a andar pela cidade à toa. Na praça quem dá milho aos pombos são as prostitutas e os vagabundos — filhos de Deus mais do ...
-
PÃO-PAZ O Pão chega pela manhã em nossa casa. Traz um resto de madrugada. Cheiro de forno aquecido, de levedo e de lenha queimada. Traz as...
-
EU JÁ ESCUTO OS TEUS SINAIS Olhe lá Eu nunca quis voltar atrás no tempo nem por uma vez A vida já foi muito boa e mui...
Nenhum comentário:
Postar um comentário