Poema Crônico
Qualquer palavra serve para abrir o poema
Como rabo de lagartixa remexendo além da morte
Ou jorro de sangue antes da pedrada
O poema já esta escrito
Uma ferida irreconciliável com o mundo
Como quem e esmagado em forma de papel
E não sabe sequer que morre
Por ser ao fio das asas que o vento renasce
E nas arestas das pedras que a chuva perdura
O poema não cicatriza o caule que adorna a festa
Nem a oração da alma onde o corpo ferve
Cuidado com o poema
Depois de aberto não há como
31/1/2015
Poemeio
A linha que corta pelo centro do ser
Não é onde o corpo acaba e a morte começa
A Terra roda pela luz para que a noite se faça
Uma dialética da indiferença e de costas viradas
E ninguém sabe o que pode um corpo
Pensava Espinosa para lá dos limites desse corpo
Pois só a dor limita o corpo
Só a dor o encama e lhe tolhe os ramos
Pega-se numa pedra e a lagoa escuta
O coração das pedras e o crescimento do mundo
Enquanto o corpo cresce para dentro
E as árvores penteiam o vento
E com isto adormece o poema
2/2/2015
by Leonidafremov
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Rosa Alice Branco
A Árvore da Sombra A árvore da sombra tem as folhas nuas como a própria árvore ao meio-dia quando se finca à terra e espera co...
-
ÂNGELA.- Continuei a andar pela cidade à toa. Na praça quem dá milho aos pombos são as prostitutas e os vagabundos — filhos de Deus mais do ...
-
PÃO-PAZ O Pão chega pela manhã em nossa casa. Traz um resto de madrugada. Cheiro de forno aquecido, de levedo e de lenha queimada. Traz as...
-
EU JÁ ESCUTO OS TEUS SINAIS Olhe lá Eu nunca quis voltar atrás no tempo nem por uma vez A vida já foi muito boa e mui...
Nenhum comentário:
Postar um comentário