VERO NOME
Chamarei deserto a este castelo que tu foste,
Noite à tua voz, ausência à tua face,
E quando caíres sobre a terra estéril,
Chamarei nada ao raio que te trouxe.
Morrer é um país que tu amavas. E eu venho
Eternamente por teus sombrios caminhos.
Destruo teu desejo, tua forma, tua memória,
Sou teu inimigo que não terá piedade.
Chamar-te-ei guerra e sobre ti
Tomarei as liberdades da guerra. Terei então
Em minhas mãos o teu rosto, obscuro e trespassado,
E em meu coração o país que acende a tempestade.
Da crepitação noturna de uma terra supliciada,
Necessita a luz para surgir
E é de bosques tenebrosos que a flama salta.
O próprio verbo sonha a essência,
Uma plácida margem além do canto.
Para que vivas, precisarás transpor a morte.
A mais imácula presença é um sangue entornado.
[Tradução de Lenilde Freitas]
sábado, 8 de agosto de 2015
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