A alma livremente encarcerada
Comunica-se com os doidos e os poetas
Oue pelas frias naves dão-se os pés.
Sinto grego o céu de outrora me envolver.
A cavalo sobre as igrejas de pedra
Irrompe o Aleijadinho na sua capa.
Nas linhas de ar balança-se o relógio
Marcando cegamente o compasso do tempo.
Um vulto cruza outro na ladeira.
Pelos desertos espaços metafísicos
Arrastam-se as sandálias da pobreza.
Das varandas azuis tombam ossadas.
Ouro Preto severa e íntima adormece
Num abafado rumor de águas subterrâneas.
[In Sonetos brancos, in Poesia Completa e Prosa, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 445]
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