LUNAR, ESTA BELEZA
Lunar, esta beleza
E primeva, inteira,
Não tem nenhuma história.
Se a beleza mais tarde
Exibe algum traço,
Foi porque teve amante,
Já não é como antes.
Nisto, qual em sonho,
Vige um outro tempo,
Perdido se o dia
De tudo se apropria.
O tempo são centímetros
E mudanças de alma
Que espectro assombrou,
Perdeu e desejou.
Mas isto, por certo,
Não foi coisa de espectro,
Nem espectro, ela finda,
Sentiu-se a gosto, ainda,
E enquanto persista,
Nem se chega amor
A tal doçura e a dor
Tampouco lhe vem dar
Seu infinito olhar.
(J. P.P.)
[In Poemas, Seleção de João Moura Jr., Tradução e Introdução: José Paulo Paes e João Moura Jr., São Paulo, Companhia das Letras, 1986, p. 35]
domingo, 27 de setembro de 2015
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