CAMINHANTE
Ando em ti, Roma de altos ciprestes e largas águas,
como atrás de mim mesma,
algum dia depois da minha morte.
Encontro meus próprios anjos
de asas abertas em cada esquina
e meus olhos com pálpebras de pedra,
em cada fonte:
— cheios até a borda.
Contemplo minhas abatidas colunas,
e a nenhuma porta paro,
e sobre nenhum jardim suspiro mais.
Ando em ti, Roma dos altos sonhos e das largas ruínas,
como depois de mim mesma,
atrás de um outro destino.
Ando, ando, ando,
e sinto a extensão de meus antigos muros
e, com profunda pena,
escuto a longa tuba mitológica
derramando para nuvens efêmeras
dispersas notícias atrasadas
de inútil Glória e possível Amor.
[In Poemas Italianos, Poesia Completa, Edição do Centenário, Organização, apresentação e estabelecimento do texto Antonio Carlos Secchin, Vol. II, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2001, pp. 1150-1151]
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