Porque nesta casa nada se oculta, eu te chamo.
Entre a vigília e o espelho, eu te espero.
Amo as palavras.
Por elas também virei homem.
Vi fúrias parindo fêmeas ávidas de linguagem.
Mulheres que deslizam.
Entregam-se. Desobedecem.
Dividem suas casas com os pássaros.
Mulheres que guardaram a senha:
fechar a porta a qualquer invasão.
Em silêncio, deixar cair
crucifixo, rosário, camafeu.
Nenhum véu. Nenhuma ilusão
[In Lábios-Espelhos, Natal (RN):UNA, 2009]
Nenhum comentário:
Postar um comentário