breve pólen que um vento próximo procura,
bravo mar de vitória — ah, mas istmos de sal!
Eu — fantasma — que deixo os litorais humanos
sinto o mundo chorar como em língua estrangeira
eu sei de outra esperança: eu conheço outra dor.
Apenas alia noite algum radioso espelho
em sua lâmina reflete o que estou sendo.
E em meu assombro nem conheço o próprio olhar.
Alta é a alucinação da provada Beleza.
Pura e ardente, esta angústia. E perfeita, a agonia
Eu, que a contemplo, vejo um fim que não tem fim.
Dunas da noite que se amontoam.
[In Solombra, Poesia Completa. Vol. II, Nova Fronteira, 2008]
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