
Não te quero brutal, mas represado.
Quero teu curso, feito entre paredes
de carne. Quero teu caminho
azul e frágil quando vais, e quando
vermelho e novo pelo teu retorno.
Quero-te movimento entrecortado
e não fonte espantosa
Quero tatear no íntimo
do que és substancialmente
e ali surpreender-te vida.
Contigo latejar nos pulsos longos
e adivinhar contigo as emoções
das frontes imortais.
Assim te quero, sangue: musical,
com teu calor de sumo excelso
e essencial.
In: Obra Poética, Editora Hucitec: São Paulo, 1995, p. 72
Nenhum comentário:
Postar um comentário