segunda-feira, 28 de maio de 2012

Renata Pallottini



O SANGUE

Não te  quero brutal, mas represado.
Quero teu curso, feito entre paredes
de carne. Quero teu caminho
azul e frágil quando vais, e quando
vermelho e novo pelo teu retorno.
Quero-te movimento entrecortado
e não fonte espantosa
Quero tatear no íntimo
do que és substancialmente
e ali surpreender-te vida.
Contigo latejar nos pulsos longos
e adivinhar contigo as emoções
das frontes imortais.
Assim te quero, sangue: musical,
com teu calor de sumo excelso
e essencial.

In: Obra Poética, Editora Hucitec: São Paulo, 1995, p. 72

Nenhum comentário:

Rosa Alice Branco

  A Árvore da Sombra A árvore da sombra tem as folhas nuas como a própria árvore ao meio-dia quando se finca à terra e espera co...