CANTORA NOTURNA
Aquela que morreu por causa do seu vestido azul está cantando. Canta na plenitude da morte ao sol da sua embriaguez. Por dentro de sua canção há um vestido azul, há um cavalo branco, há um coração verde tatuado com os ecos das batidas de seu morto coração. Exposta a todas as perdições, ela canta junto a uma menina perdida que é ela mesma: seu amuleto da boa sorte. E apesar da névoa verde nos lábios e do frio cinza nos olhos, sua voz corrói a distância que se abre entre a sede e a mão que busca o copo. Ela canta.
Para Olga Orozco
[In Poesía Completa, Barcelona: Editorial Lumen, 2000, p. 213]
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