Reflexões de Bárbara Cartland I
Há um ácaro num buraco
em meu peito. Surgiu como cravo,
assim, do lado direito. Às vezes
suspeito que habita meu coração,
então espremo. Sai aquela gordura
e o ácaro, nunca o coração.
Gosto de imaginá-la, saindo por
aquele poro largo de espinha,
uma lesma longa e mole, meu
coração. Cairia na escada dos fundos,
pulsando, degrau em degrau, até
a casinha de Vênus, minha cadela,
que acharia seu gosto igualzinho
ao da Purina de fígado que ela
putz!, odeia.
Animal Anônimo - 2002
In: Roteiro da Poesia Brasileira - anos 90, seleção e prefácio Paulo Ferraz, São Paulo: Global, 2011, p. 177
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