RUBÁYÁT
VII
Enche a Taça de Vinho, e tua roupa severa
atira ao fogo acolhedor da Primavera!
Chega de contrição! O Pássaro do Tempo
abriu as asas rumo ao Fim que nos espera!
XII
Um Livro de Poesia sob a Rama Florida,
o Vinho e o Pão, ao lado a Mulher preferida,
cantando no deserto uma Canção singela,
fariam deste areal a Terra Prometida!
XXI
Amada, enche-me a Taça, vou deixar de lado
os medos de Amanhã e a mágoa do Passado!
Amanhã! Poderei considerar-me o mesmo,
com meus sete mil anos, sem estar cansado?
XXIV
Vamos gozar, Amor, cada breve Momento!
Logo seremos Pó, levado pelo Vento!
Pó jazendo no Pó, e sob o Pó da tumba,
sem Vinho, sem Cantor, sem Música ou lamento!
XXXV
Meu lábio degustou a sagrada Bebida
num Caneco de Argila, para entender a Vida.
Argila aconselhou: - "Contente-se em Beber,
não haverá mais Vinho após a Despedida!"
XLI
Sem mais interrogar o humano e o divino,
às mãos do Vento errante entrega teu Destino,
e teus dedos enlaça nas tranças do esbelto
jovem que oferta o Vinho - e viva o desatino!
XLII
Se o Vinho que bebes e os beijos de tua boca
têm Princípio e têm Fim, e tudo que nos toca,
morre, lembra que és Hoje o mesmo ser de Outrora,
e o mesmo de Amanhã nesta Existência louca!
Trad. Luiz Antônio de Figueiredo
Sobre Omar Khayyám
Fonte: FSP, 22 de julho de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
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