sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Carlos Pintado

UMA TELA DONDE O BOSQUE SE ILUMINA

                              No bosque de Erec e  Enid
                                              Chrétien de Troyes
  
Amanhecer que sempre chegas
e chegando permaneces impassível,
fixado ao tempo em que,  terrível e murmurando,
esconde tuas bestas.
Saber-te tão distante como o sonho
fere como a flecha que lançada
voa, fugaz, ansiosa no sonhado
tecido da tela do entressono
e contudo, ficamos contemplando
os altos pinheiros cuja penumbra
nega a breve luz, aquela que não ilumina
sequer as coisas já iluminadas.
Tudo está suspenso e muito distante
no tecido, no tempo, no instante.

Tradução livre do original espanhol: Alejandro Carvajal e Antonio Damásio Rêgo Filho

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