Era tempo de colheita.
Auroras inesperadas,
a Letra das Escrituras
ungindo as horas para
a Eternidade.
E
eu segredava:
deixando-me
as dimensões da Cruz,
para conferir o que restar.
Então vieste,
sem aviso.
Cega de espanto,
quis regatear.
Cega diante da Tua Vontade,
espada de gume ardente,
fogo a lavrar
nos ermos da minha fé,
nos ermos da minha dor.
Cega, feri os pulsos no Teu Sigilo.
Feridos, silenciaram.
Era tempo de dar.
In Mystica poesia, poemas reunidos, ed. José Hipólito de Faria, Belo Horizonte, 2003
JERCI MACCARI |
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